TODO HOMEM, TODA MULHER
“Coração dos outros
é terra que ninguém anda.
É chão que ninguém pisa
se não for convidado.
Todo homem, toda mulher,
sabe mais de si, do que o mundo.
Enquanto o mundo pensa saber
mais de cada um do que de si mesmo.
Não se lê o coração humano.
Não há escrita, gramática
ou linguagem que decifre sua fala.
Nem toda tecnologia.
Toda ciência, toda fé.
Toda filosofia que esclareça seus códigos.
Às vezes dores homéricas calam.
Às vezes simples alegrias gritam.
O amor e o ódio se encontram.
Às vezes se confundem.
Mas nunca se misturam.
Coração dos outros
é mar que ninguém navega.
Floresta fechada em si mesma.
Onde toda e qualquer matéria,
seja ela a fina esperança
ou a frágil essência dos sonhos.
Flutua, grita, explode.
Ou simplesmente existe.
Existência que ninguém sabe.”
(Zé Augusto Ribeiro)
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